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sábado, 23 de março de 2013

BARRIGA DE ALUGUER


Em Portugal não é legalmente permitida aquilo a que se chama a “barriga de aluguer”, situação que, porém, é admitida nalguns países.

Trata-se de uma forma de possibilitar a gestação de filhos aos casais que, por infertilidade, por algum impedimento ou por outras quaisquer razões, os não conseguem ter.



Mas se o fosse, isto poderia ter-se passado:

O Simão e a sua mulher Marta, casados há vários anos, não conseguiam ter filhos. Era para os dois um enorme desgosto com o qual não se conformavam. O médico, depois de exaustivos exames a ambos, concluiu que a Marta jamais poderia engravidar.


A Vanessa disponibilizou-se para gerar um filho do Simão através de inseminação artificial. Seria “barriga de aluguer”, sob condições a negociar.


O Simão pagar-lhe-ia 3 mil euros no momento do parto, bem como os custos com a alimentação e com um seguro de saúde, enquanto durasse a gravidez.

Passaram-se nove meses e chegou o dia do nascimento. O bebé era a cara chapada do Simão que estava radiante por ter finalmente um filho, um rapagão forte e bonito.

Apressou-se, ainda na maternidade, a passar um cheque à Vanessa, da quantia combinada.


Estranhamente ela recusou o cheque, dizendo-lhe que por nenhum dinheiro abdicaria do bébé.


Afinal, ele era seu filho, ela tinha começado a amá-lo durante o tempo da gravidez e agora que o tinha ali nos seus braços, que o amamentava, estava segura de que não o entregaria fosse a quem fosse.

O Simão argumentou que, para além do acordo feito nove meses antes, ele era o pai biológico da criança!

- Ora ainda bem que diz isso diante de testemunhas, retorquiu a Vanessa, apontando as duas enfermeiras presentes no quarto da maternidade...

Na qualidade de mãe solteira, com o meu filho à minha guarda, vou intentar acção de paternidade contra si, para que me pague uma pensão de alimentos até ele atingir a maioridade.

Rui Felicio

2 comentários :

  1. "Ora toma!"
    Rui Felício, posso publicar n'a funda São?

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  2. Só mulheres em graves situações de carência e completamente desviadas do verdadeiro acto de gestação, tão inerente à própria função da Mulher, podem aceitar uma proposta dessas, convictas do que vão fazer!
    Durante os 9 meses, o ser que nos habita, vai criando connosco uma cumplicidade tão singular (com raras excepções, que as há também...)que não há como fugir ao amor que cresce como uma onda e ao afecto inominável que transborda quando esse pequeno ser nos é posto nos braços.
    Neste caso, o que a maternidade conseguiu despertar nela de bom e natural, a cabeça oportunista fez renegar a promessa feita, com a agravante de dar o famigerado golpe do baú!

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